29/12/2014

Maitê Proença: “Por mais que a gente invente histórias mirabolantes, a vida é sempre mais surpreendente”



Maitê Proença tem 56 anos e uma sólida carreira de 35 anos na televisão, no cinema e no teatro. Mais recentemente, vem investindo também na literatura. E é lendo um trecho de seu último romance, "Todo Vícios", que Maitê Proença dá início à entrevista a Roberto D`Ávila.
Em seu apartamento, de frente para o mar de Copacabana, no Rio de Janeiro, a atriz recebe a equipe da GloboNews. Além de refletir sobre as relações amorosas nos tempos atuais por conta de seu novo livro, Maitê conta porque passou a escrever as peças de teatro em que atua. Já foram três. "É um jeito de unir a atriz com a escritora e de falar sobre assuntos que me interessam de verdade", revela. Maitê ainda fala abertamente sobre outros assuntos, pouco conhecidos pelo público, como a morte da mãe quando ela tinha 12 anos; a ida para um pensionato luterano, onde morou enquanto o pai esteve preso; a saída do internato por não concordar com as regras rígidas; e o pedido de abrigo na casa de um padre, onde passou um ano (ele no primeiro andar e ela no terceiro). O suicídio do pai e as viagens que fez pelos quatro cantos do mundo, muitas delas de carona, também fizeram parte da conversa.
Apesar das tragédias que assolaram a sua vida, Maitê conta que seus pais eram intelectuais e, a família, estruturada. "Conversávamos, fazíamos as refeições à mesa, tirávamos férias juntos, tínhamos uma casa do Uruguai e outra em Ubatuba. Meu pai fazia mágicas em casa e minha mãe dançava e tocava piano. Éramos uma família", conta. Ela acredita que todos os traumas da infância, uma "sucessão de acontecimentos impactantes" como ela mesma define, acabaram lhe dando coragem para toda vida. E que, se saiu de tudo isso, tem certeza de que atravessará quaisquer outros obstáculos que a vida lhe impuser. "Talvez esses eventos tenham me dado coragem, eu sei que não morro disso. Se eu saí dali, eu saio de qualquer negócio. Talvez um grande impacto seja menos ruim do que uma sucessão de pequenos impactos. Porque você aprende. Ou você reage, ou você para aí. Minha avó morreu aos 103 anos e eu vou viver mais do que ela", comenta ciente de que ainda tem muito o que viver.
Maitê disse ainda que, apesar dos traumas, nunca foi uma pessoa infeliz. E acredita que, por mais que a gente consiga inventar histórias mirabolantes, a vida é sempre mais surpreendente.

Veja o vídeo:




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